Estima-se que 1 em cada 11 adultos tenha diabetes, representando uma prevalência global estimada em 425 milhões de pessoas.
Em 2021, a prevalência da diabetes em Portugal, na população com idades entre os 20 e 79 anos, era cerca de 1,1 milhões de portugueses.
A diabetes mellitus é uma condição metabólica crónica caracterizada por hiperglicemia decorrente de fatores genéticos e ambientais, afetando múltiplos órgãos, principalmente os de metabolismo de hidratos de carbono, gordura e proteína, fazendo com que haja defeitos na secreção de insulina e/ou na sua ação.
A diabetes é relevante na ortopedia pois, segundo a literatura científica, provoca alterações a nível da força, crescimento ósseo e densidade mineral óssea, aumentando em 12% o risco de fratura. A diabetes associada a outras comorbilidades, tais como, obesidade, apneia de sono, insuficiência renal, hipertensão e complicações micro e macro vasculares, está associada a um maior risco cirúrgico.
Os utentes idosos com diabetes têm taxas mais altas de mortalidade prematura, têm maior incapacidade funcional, perda de massa muscular mais acelerada (podendo resultar em sarcopenia e/ou osteopenia) e podem apresentar coexistência de comorbilidades, tais como, hipertensão doenças vasculares cerebrais, doença cardíaca, entre outras.
Os objetivos da terapêutica nutricional em utentes internados diabéticos são adequar o aporte nutricional para atender às exigências metabólicas, otimizar o controlo glicémico e atender às preferências alimentares pessoais. O sucesso da terapêutica nutricional é essencial para a recuperação pós cirúrgica e para atenuar a perda de massa muscular, força e funcionalidade.
O Serviço de Nutrição propõe as seguintes recomendações para indivíduos diabéticos com obesidade ou excesso de peso:
- Reduzir 5 a 10% do peso corporal;
- Adotar uma alimentação equilibrada e variada;
- Evitar passar várias horas sem comer (ingerindo refeições de 3 em 3 horas pelo menos);
- Praticar atividade física regular;
- Ter aconselhamento nutricional para melhor controlo da glicémia;
- Aumentar a ingestão diária de fibra;
- Moderar a ingestão de hidratos de carbono;
- Evitar alimentos açucarados ou processados ou com alto teor de gorduras saturadas e trans e bebidas alcoólicas;
- Privilegiar a ingestão de cereais integrais, hortofrutícolas, frutos secos e leguminosas.