A Desnutrição em idosos

05 - 12 - 2022

Folhas de árvore secas

A redução da ingestão alimentar na população idosa pode derivar de várias causas, como doenças crónicas, problemas de mastigação e/ou deglutição e alterações no paladar e/ou olfato.

Adicionalmente, a biodisponibilidade de vários nutrientes diminui com o passar dos anos. Estes fatores, entre outros, contribuem para a prevalência significativa da desnutrição em indivíduos idosos, conduzindo a um aporte nutricional insuficiente e, consequentemente, ao declínio do estado nutricional e funcional/cognitivo.

A desnutrição é um preditor importante na morbilidade e mortalidade e está associada a um risco acrescido de infeções e dificuldades de cicatrização no pós-operatório e ao aumento do tempo de internamento e dos custos de saúde. Muitas vezes, a desnutrição não é diagnosticada nos indivíduos idosos, por ser confundida com outros sinais do envelhecimento, sendo fundamental o seu diagnóstico precoce e uma intervenção atempada.

Algumas fraturas verificadas nos serviços de ortopedia ocorrem devido a quedas associadas a declínio físico. A desnutrição pode desempenhar um papel relevante tanto na causa deste tipo de fraturas como durante a reabilitação pós-operatória. Sendo assim, a alimentação deve ser acompanhada por profissionais de saúde, em particular por um especialista em nutrição, com o objetivo de planeamento nutricional personalizado.

Os indivíduos idosos com desnutrição e em recuperação de fraturas necessitam de um aporte nutricional adequado, sobretudo energético e proteico, de modo a otimizar o seu estado nutricional e de saúde. Deste modo, a alimentação deve integrar todos os diferentes grupos de alimentos, privilegiando aqueles com elevada densidade nutricional (carne, peixe, cereais, leguminosas, legumes, fruta e frutos secos), assim como o consumo de gorduras, como o azeite e a manteiga, e de pelo menos duas a três porções diárias de leite ou iogurte. O seu dia deve contemplar pelo menos 5 a 6 refeições, que devem ser apelativas (por adição de ervas aromáticas, azeite e adoçante, por exemplo) e ter uma consistência e textura adequadas. A adequação da hidratação diária é essencial, particularmente em casos de medicação com efeito laxante ou diurético e de temperaturas elevadas.

Quando o estado nutricional e a ingestão energética e proteica permanecem inadequados, deve ser ponderada a prescrição de suplementos alimentares, de modo a aumentar a densidade energética e proteica e a garantir o aporte adequado de vitaminas e minerais.