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Nutrição na reabilitação após fraturas

05 - 04 - 2023

prato com rachas

As fraturas são um problema relevante na saúde, pois para além da morbilidade e mortalidade associadas, apresentam elevados custos através de internamentos, cirurgias e cuidados pós-operatórios.

A prevalência de fraturas pode ser explicada por vários motivos, tais como o sedentarismo, aumento da esperança média de vida e patologias associados à perda da massa óssea como, por exemplo, a osteoporose.

O objetivo primordial da nutrição na reabilitação é proporcionar uma alimentação equilibrada, completa e variada para auxiliar a cicatrização e prevenir a perda de massa muscular, modular as respostas inflamatórias e imunitárias e controlar a glicémia.

Um passo importante para a reabilitação passa por garantir um adequado aporte de nutrientes como a proteína, hidratos de carbono complexos, cálcio, fósforo, vitaminas A, C, D e E e ómega-3.

Nutrientes e respetivos benefícios na reabilitação de fraturas:

  • Cálcio e Vitamina D - remodelação óssea
  • Fósforo - mineralização óssea e da cartilagem
  • Vitamina A - diminuição da inflamação, cicatrização de feridas e otimização da deposição de colagénio
  • Vitamina C - cicatrização de feridas (stress ou lesão grave), estimulação da síntese de colagénio e manutenção da massa óssea
  • Vitamina E - diminuição do stress oxidativo, diminuição do tempo de cicatrização e otimização da função imunológica
  • Proteína - manutenção da massa óssea e ressíntese da massa muscular
  • Hidratos de Carbono complexos - reposição dos níveis de glicogénio e otimização do metabolismo energético
  • Ómega-3 - otimização da resposta inflamatória

O Serviço de Nutrição propõe as seguintes recomendações para indivíduos adultos em reabilitação após fratura:

  • Consumir diariamente laticínios, carne, leguminosas e frutos secos (particularmente nozes), para garantir os níveis diários recomendados de fósforo
  • Consumir 2 a 3 porções diárias de iogurte ou leite, pelo aporte de cálcio, vitamina D e proteína
  • Consumir 3 a 5 porções diárias de fruta fresca (kiwi, uvas, laranja, morangos e alperces, por exemplo) e de legumes (cenoura, abóbora, espinafres, brócolos, por exemplo), pelo aporte de vitaminas A, C e E, fósforo e β-caroteno
  • Optar por fontes de hidratos de carbono complexos, nomeadamente batata-doce cereais e derivados e fruta, garantindo vitaminas e minerais importantes
  • Consumir diariamente azeite, preferencialmente extra virgem, pelo aporte de vitamina E e polifenóis
  • Consumir 1 porção diária de frutos oleaginosos (30g/dia)
  • Consumir pelo menos 4 refeições semanais à base de peixe, pelo aporte de vitamina D, proteína e ómega-3
  • Não consumir bebidas alcoólicas
  • Moderar o consumo de sal
  • Conciliar hábitos alimentares adequados com estilos de vida saudáveis (atividades ao ar livre para maior exposição solar, por exemplo), para garantir níveis adequados de vitamina D

Caso as recomendações nutricionais diárias não possam ser satisfeitas, podem ser indicados alimentos fortificados ou a suplementação em cálcio e/ou vitamina D. Todas as recomendações devem ser complementadas com avaliação nutricional realizada por um nutricionista.